quinta-feira, 6 de abril de 2017

ABELHAS INVADIRAM A MINHA CASA





          Olá, amigos leitores...
          Alguém já teve a casa invadida por abelhas?
         Me lembrei do acontecido e decidi escrever sobre isso.
          Há alguns anos estava eu nas minhas atividades corriqueiras quando percebi algumas abelhas dentro de casa. Elas entravam pelos fundos e saíam pela porta da frente. Até aí tudo normal, nem esquentei a cabeça... 
          Tenho flores no quintal, limoeiro que floresce e dá frutos, uva japonesa, abacateiro, então, ver borboleta, beija-flor, abelhas e pássaros fazendo ninho é comum por aqui. Só que a partir de um dado momento eu não pude mais por o pé na cozinha.
          Eu dava o primeiro passo na cozinha e apareciam algumas abelhas detrás do fogão e pareciam nervosas. Aí fiquei preocupada e com medo. Não tinha jeito de entrar na cozinha. Concluí que poderia ser um enxame com a rainha procurando lugar para iniciar uma colmeia.
          Pensei nos meus cães. Naquela época eu tinha cinco: golden retriever, labrador, um cão sem raça definida de porte médio, um lhasa e uma fêmea que era uma mistura de dachshund com beagle. Como é que vai ser? As abelhas não gostam de barulho e de ser incomodadas. Elas vão atacar meus cães, pensei.
          Liguei para o Corpo de Bombeiros e eles me disseram que não atendiam mais esse tipo de ocorrência e passaram o contato de um apicultor. Chamei o apicultor e fiquei torcendo para que ele não venha de uma área rural distante e demore muito para chegar.
          Desliguei o telefone e fui dar uma checada na cozinha. Silêncio absoluto. As abelhas, enquanto eu estava fazendo as ligações, saíram da cozinha. Fiz uma varredura na casa inteira e elas não estavam em nenhum cômodo. Mas eu ouvia o zunido delas, estavam perto.
          Dividi os cães em três grupos e cada grupo ficou em um quarto. O cão sem raça definida ficou sozinho pois sempre foi o mais nervosinho e eu precisava ter certeza que ele ia ficar quietinho. Esses meus cães já estavam comigo, mesmo os adotados, ha alguns anos e eram de companhia, tinham total liberdade e conheciam a casa. Dormiam em casa.
          Fechei a casa toda e esperei o apicultor.
          Quando o mesmo chegou, expliquei a situação e ele simplesmente passou aerosol com veneno pelo lado e por trás do fogão dizendo que esse cheiro já ia repelir elas. Perguntou aonde elas estavam e eu disse que não sabia mas estava ouvindo elas. Estavam perto. Sugeri que ele olhasse no forro da casa que poderiam estar ali. Ele não quis fazer isso e disse que seria bem mais fácil se eu dissesse pra ele aonde elas estavam.
          Poxa. Se eu soubesse aonde elas estavam eu teria dito logo que ele chegou.
          No final das contas ficou agindo como se eu fosse uma doida inventando história porque estava sozinha em casa e ainda cobrou pelo serviço. 
          Gente do céu!... A partir desse momento começou uma epopeia. Ficamos eu e os cães, por quatro dias, trancados dentro da casa. Não dava para abrir uma janela dos fundos que as abelhas começavam a entrar. Eu saía com eles em grupos só no jardim da frente da casa pra eles andarem um pouquinho e fazerem as necessidades fisiológicas. Durante a noite eu colocava uma espiral repelente acesa em cada ambiente. Eu tinha 99% de certeza que elas estavam no forro da casa. Dava pra ouvir elas muito próximo a noite toda. Aqueles meus cães eram muito especiais, aguentaram ficar trancados comigo na casa e não me deram nenhum trabalho. A matilha original era formada por seis, mas um morreu porque lambeu cal que espirrou para o nosso lado de uma reforma que o vizinho fez. Chamamos veterinário, fizemos plantão pra cuidar dele e não conseguimos salvar. Muito Triste.
          Durante o período dos quatro dias eu mantinha fogo aceso na churrasqueira dia e noite para a fumaça espantar as abelhas. Saía sozinha para os fundos, bem devagar e sem fazer barulho pegar tábuas, galhos secos e qualquer material que pudesse queimar. Tinha uma quantidade razoável de abelha voando na área. Comecei a recolher e estocar o material pra queimar durante a noite, achei mais seguro.
     As abelhas começaram a se afastar, dava para ouvir elas mais distantes. No quinto dia, quando acordamos saí e fiz uma vistoria por toda a área e concluí que as abelhas não estavam mais perto. Fui soltando os cães aos poucos, abrindo toda a casa e fomos voltando à nossa vida normal.
          Depois disso, meu marido voltou pra casa de viagem e não tinha mais nada pra ele resolver... 

          "Nunca mais quero passar por isso de novo e não desejo isso pra ninguém!" 

          Me lembrei deste ocorrido porque ontem começaram a aparecer abelhas na minha cozinha. Fui ao mercado à tarde e quando voltei tinham várias. Nem esquentei a cabeça e, para testar, fiz um café. Parece que elas gostam do cheiro de café fresco. Não deu outra, começaram a aparecer mais. Acho estranho elas entrarem na minha cozinha. Não tenho doces nem mel em casa.
          O jeito foi pegar três pedaços de espiral que durassem até as 18hs e acender. Isso não impediu que elas continuassem a entrar e sair. Antes de ir me deitar, tive a ideia de espalhar vinagre na bancada e na pia. Isso me ajudou mais a espantar elas do que a fumaça da espiral. Fica a dica. Hoje pela manhã elas vinham até a janela mas não entravam e à tarde não vi mais nenhuma. Fiz fogo também lá fora mas parece que o vinagre foi o que espantou elas.
          Daqueles cães hoje não tenho mais nenhum. Todos envelheceram e já morreram. O cachorro que tenho hoje, fruto de um resgate, não toleraria ficar fechado assim em casa por tanto tempo. Ele é um cão da raça American Staffordshire Terrier, um cão-de-guarda e não de companhia. Sem falar que foi negligenciado, abandonado e não recebeu aquela educação básica. É meio incontrolável às vezes. Mas ta tudo bem. Ele gosta de nós e confia em nós.



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