terça-feira, 22 de agosto de 2017

A ELEGANCIA DO COMPORTAMENTO



          Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
          
          É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

          É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam

          Nas pessoas que escutam mais do que falam.

          É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

          Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

          É possível detectá-la em pessoas pontuais.

          Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete.

          Oferecer flores é sempre elegante.

          É elegante não ficar espaçoso demais.

          É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

          É elegante retribuir carinho e atenção.

          É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.

          Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

          É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam muito mais do que mil palavras.

          Abrir a porta para alguém é muito elegante .

          Dar o lugar para alguém sentar é muito elegante

          Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma.

          Oferecer ajuda é muito elegante.

          Olhar nos olhos ao conversar, é essencialmente elegante.

          Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

          A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

          Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

          Educação enferruja por falta de uso. “E, detalhe: não é frescura.”


Autor: Toulouse Lautrec

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