sexta-feira, 14 de julho de 2017

A LIÇÃO DO JARDINEIRO


          Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim. Era um garoto.

          Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 14 ou 15 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.
          Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.
          Ele ligou para uma mulher e perguntou:
          -A senhora está precisando de um jardineiro?”
          -Não querido. Eu já tenho um. - foi a resposta.
          -Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo.
          -Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso.
          O garoto insistiu: 
          -Mas Senhora, eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.
          -O meu jardineiro também. - tornou a falar a senhora.
          -Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.
          -Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.
          Numa última tentativa, o menino arriscou:
          -Mas, o meu preço é um dos melhores.
          -Não. - disse firme a voz ao telefone. Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom.
          Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro:
          -Ah meu rapaz, eu sinto muito filho! Você perdeu um cliente.
          -Claro que não, - respondeu rápido o garoto.
          -Eu sou o jardineiro dela. Eu fiz isto só para medir o quanto ela estava satisfeita comigo e com meus trabalhos.
          O Executivo teve ali, uma grande lição :

Quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro?
E, se fizéssemos, qual seria o resultado?
O que ouviríamos a nosso respeito…
Como estou sendo lembrado por aí.
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?
E, por fim, qual tem sido o nosso preço?
Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?



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