Um dia, o executivo de uma grande empresa contratou, pelo telefone, um jardineiro autônomo para fazer a manutenção do seu jardim. Era um garoto.
Chegando em casa, o executivo viu que estava contratando um garoto de apenas 14 ou 15 anos de idade. Contudo, como já estava contratado, ele pediu para que o garoto executasse o serviço.
Quando terminou, o garoto solicitou ao dono da casa permissão para utilizar o telefone e o executivo não pôde deixar de ouvir a conversa.
Ele ligou para uma mulher e perguntou:
-A senhora está precisando de um jardineiro?”
-Não querido. Eu já tenho um. - foi a resposta.
-Mas, além de aparar a grama, frisou o garoto, eu também tiro o lixo.
-Nada demais, retrucou a senhora, do outro lado da linha. O meu jardineiro também faz isso.
O garoto insistiu:
-Mas Senhora, eu limpo e lubrifico todas as ferramentas no final do serviço.
-O meu jardineiro também. - tornou a falar a senhora.
-Eu faço a programação de atendimento, o mais rápido possível.
-Bom, o meu jardineiro também me atende prontamente. Nunca me deixa esperando. Nunca se atrasa.
Numa última tentativa, o menino arriscou:
-Mas, o meu preço é um dos melhores.
-Não. - disse firme a voz ao telefone. Muito obrigada! O preço do meu jardineiro também é muito bom.
Desligado o telefone, o executivo disse ao jardineiro:
-Ah meu rapaz, eu sinto muito filho! Você perdeu um cliente.
-Claro que não, - respondeu rápido o garoto.
-Eu sou o jardineiro dela. Eu fiz isto só para medir o quanto ela estava satisfeita comigo e com meus trabalhos.
O Executivo teve ali, uma grande lição :
Quantos de nós teríamos a coragem de fazer a pesquisa deste jardineiro?
E, se fizéssemos, qual seria o resultado?
O que ouviríamos a nosso respeito…
Como estou sendo lembrado por aí.
Estamos permitindo que se acumule o lixo das mágoas e da indiferença nos canteiros onde deveriam se concentrar as flores da afeição mais pura?
Temos lubrificado, diariamente, as ferramentas da gentileza, da simpatia entre os nossos, atendendo as suas necessidades e carências, com presteza?
E, por fim, qual tem sido o nosso preço?
Temos usado chantagem ou, como o jardineiro sábio, cuidamos das mudinhas das afeições com carinho e as deixamos florescer, sem sufocá-las?
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