Moravam em uma ilha o Amor, a Alegria, a Tristeza, o Ódio e a Felicidade.
Todos viviam em harmonia até que se espalhou pelo povoado rumores de que a ilha seria inundada.
Todos ficaram apavorados, exceto o Amor que, como líder de todos, procurou acalmá-los:
– Por favor, fiquem calmos, pois tenho uma solução. Próximo daqui fica a Ilha da Sabedoria. Vamos todos nos refugiar lá. Porém, há um probleminha: temos quatro canoas e somos em cinco. Assim, alguém deverá ir de carona.
O Amor nem terminou de falar e todos correram em direção às canoas, deixando o Amor de fora.
A primeira a partir foi a Alegria. Então, o Amor lhe disse:
– Alegria, leve-me com você, pois não sobrou uma canoa para mim.
– Ahh… Amor, bem que eu gostaria, mas estou tão alegre que gostaria de ir sozinha. Certamente você não se importa, não é?
– Claro que não! – disse o Amor. E a Alegria seguiu adiante.
A segunda a partir foi a tristeza, e o Amor disse:
– Tristeza, leve-me com você. Não sobrou uma canoa para mim…
– Não me peça isso, Amor, porque estou tão triste, mas tão triste, que não gostaria de lhe contagiar com minha tristeza…
E então partiu.
Logo atrás veio o Ódio.
– Ódio, leve-me com você. Não sobrou canoa para mim.
– O que é que eu tenho com isso? Não vou levar ninguém! Se você quiser, pode ir nadando!
Mas o Amor não desistiu. Foi até a Felicidade e lhe disse:
– Felicidade leve-me com você!
E a Felicidade, feliz da vida e cantando, foi-se embora e sequer ouviu o Amor.
O Amor sentou-se em uma pedra e começou a assistir o princípio da inundação lançando pedrinhas ao mar. Foi quando repentinamente apareceu um velhinho que disse:
– Hey, Amor, não sabe que a ilha será inundada?
– Sim! respondeu o Amor. – Acontece é que meus companheiros foram embora para a Ilha da Sabedoria e não sobrou canoa para mim.
– Suba em minha canoa e eu lhe dou uma carona.
E, assim, partiram.
Ao chegar à ilha, o Amor encontrou seus companheiros. Abraçaram-se e beijaram-se. Foi quando o Amor se deu conta de que não havia agradecido àquele bom velhinho, do qual sequer sabia o nome. Foi então até a Sabedoria e lhe disse:
– Sabedoria, tu que tudo sabes, responda-me. Eu estava naquela ilha sozinho, perdido, sem saber o que fazer, quando surgiu um velhinho que me amparou. Fiquei tão feliz que esqueci de perguntar seu nome e lhe agradecer. Você saberia dizer quem era ele?
- Claro que sim, Amor! O nome dele é Tempo, pois só o tempo é capaz de compreender um verdadeiro amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário